Neuralgia do Trigêmeo
- Dr. Gabriel S. Froehner
- 10 de mar. de 2022
- 2 min de leitura
O nervo trigêmeo inerva a sensibilidade da face, e recebe este nome por ser dividido em 3 ramos principais: oftálmico, maxilar e mandibular.

foto: área inervada pelo nervo trigêmeo.
Dor típica é aquela que aparece e desaparece subitamente, tipo choque/facada, durando segundos até no máximo 2min, geralmente unilateral em uma parte do rosto inervada pelo nervo trigêmeo. A dor é quase sempre desencadeada por estímulo não doloroso (simples toque ou vento forte, sorrir, etc).
Pode haver, em alguns casos, uma dor contínua entre as crises de dor típicas, recebendo o nome de neuralgia “atípica” do trigêmeo.
Pode ser dividida em Neuralgia Idiopática (sem causa definida), Clássica (causada por um cruzamento anômalo de uma veia com o nervo) ou Secundária (causada por outra doença: tumor, esclerose múltipla, etc).
A maioria dos casos é Idiopática (sem causa definida), apenas em 15% dos casos existe um conflito neurovascular e uma quantidade menor ainda é secundária.
O diagnóstico é totalmente clínico, mas realizamos ressonância magnética de crânio para descartar/confirmar causas secundárias.
Estudos neurofisiológicos (reflexo trigeminal) podem ajudar em casos duvidosos e quando o paciente tem alguma contraindicação de realizar a ressonância.
Tratamento:
Medicamentos de escolha são a Oxcarbazepina e a Carbamazepina. Normalmente usamos uma medicação que precisa ter sua dose ajustada até a melhor dose (que cesse os sintomas e seja bem tolerada pelo paciente), caso não haja boa resposta, podemos associar Lamotrigina.
A toxina botulínica pode ser uma boa opção de tratamento para casos que não respondem aos medicamentos, antes de se tentar a cirurgia.
Casos secundários ou clássicos que tenham tratamento cirúrgico precisam ser referenciados para um Neurocirurgião.
Fonte: Continuum. Neurology, 2017.
Dr. Gabriel S. Froehner
CRM 32344 PR / RQE 23231
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